DILEMA: Lockdown ou abertura do mercado
Ultimamente, diante dos números divulgados pela OMS – Organização Mundial da Saúde que representam a pandemia que estamos vivendo, é de fácil constatação que o mundo se debruça sobre o dilema que envolve a contaminação pelo vírus COVID-19 versus a recessão econômica pela supressão do mercado. O tema é demasiado delicado e envolve uma análise profunda daquilo que efetivamente faz sentido na tomada de decisão seja do poder público seja do ente privado.
Cada país tem adotado um sistema, um modelo, um processo diferente no enfrentamento e combate do novo coronavírus, notadamente sob o aspecto de preservação da vida, sendo o bem mais precioso a proteger.
Em paralelo, as autoridades e agentes do setor privado tentando, de forma diuturna, encontrar uma fórmula eficiente que permita a sustentabilidade da economia, impedindo a sua recessão que seria a mais séria crise enfrentada nas últimas décadas.
No Brasil não é diferente! As autoridades brasileiras, por meio dos Ministérios da Economia e da Saúde, lutam para conciliar e equilibrar a balança desse dilema. No entanto, o que se sabe, até o momento, é que não há uma fórmula mágica capaz de balancear a proteção da vida e da economia de forma única e objetiva e que ainda alcance aos anseios de toda coletividade.
Importante dizer os Governos federal, estaduais e municipais lutam fortemente para encontrar uma solução que seja capaz de garantir o abastecimento da economia e que, ao mesmo tempo, proteja a vida de todos. A agilidade e coordenação do governo em todas as esferas (diferentes níveis) e nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) devem contribuir significativamente para um tratamento mais efetivo e eficiente sobre a retomada da economia.
Nessa esteira, deve o setor privado alinhar as diretivas editadas pelo governo e adotar-las de forma objetiva (como por exemplo, o setor bancário ao permitir incentivos necessários para o movimento econômico em todos os níveis de acesso).
Estamos falando de obrigação social. Precisamos de reflexão coerente de forma sensível em favor de um cenário mais sadio e flexível.
Infelizmente, vivemos um caos global. Não podemos olhar os problemas de forma pontual, mas sim de forma holística. Essa mudança de perspectiva é fundamental no momento conturbado justamente para que a tomada de decisão seja adequada, equilibrada e eficiente.
No Brasil, o lockdown tem sido defendido tanto pelo setor público quanto pelo setor privado, justamente sob a ótica de proteger à vida a qualquer custo. Porém, também se discute a abertura do mercado como forma de mitigar uma possível crise que traria miséria, aumento da fome, da criminalidade e uma forte recessão.
Vale lembrar que o Brasil possui 40% (quarenta por cento) da sua população em nível de trabalho informal, segundo informações da PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio - do IBGE.
Estamos vivendo um momento da história de forte mudança! Portanto, encontrar um equilíbrio em relação a contenção do COVID-19 e garantir o funcionamento da economia como forma de evitar recessão é medida de caráter mandatório e que deverá ser analisada caso-a-caso, de acordo com o momento de cada país, estado e cidade, em razão dos inúmeros decretos e normas que regulam o combate à pandemia.
Rafael Bernardi - Diretor de Relações Governamentais do IBREI
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